terça-feira, 1 de abril de 2014

A resposta para um amigo:

Do mesmo modo que existem várias explicações para o facto de mais de metade dos eleitores não votarem em partidos, também existem para aqueles que votam! Já pensou por acaso alguma vez nisso? 

Vou aqui exemplificar algumas:

1º Porque muitos, votam por respeito aos partidos e ideologias, alguns forçados por pressões familiares, outros por pressões sociais. 

2º Porque muitas vezes votam, em desesperada fuga, de um anterior mau governo e não porque querem aquele que elegem.

3º Porque muitas vezes são pressionados pelos partidos onde estão filiados a votar com uma determinada orientação, mesmo não o querendo fazer. Lembro em 1986, a surpreendente vitória de Mário Soares, que alcançou a segunda volta das eleições presidenciais, derrotando o candidato do Partido, Salgado Zenha, fez com que o partido realizasse um congresso extraordinário. O décimo primeiro congresso foi convocado com apenas duas semanas de antecedência, para decidir se iriam ou não apoiar Mário Soares contra Freitas do Amaral. Mário Soares foi apoiado, e ganhou com uma ligeira margem. Caso não tivesse conseguido o apoio do PCP, provavelmente teria perdido as eleições.

4º Porque ainda existem muitos eleitores, por esse interior, que vão votar no partido que lhes colocar à disposição o autocarro para os levar ás urnas, e lhes der uns miminhos(esferográficas e bandeirinhas) com a cor em que devem votar, (não vão eles ser analfabetos, burros ou ignorantes... assim basta votar na cor...)

5º Porque alguns ainda acreditam em milagres e na vinda do D.Sebastião.

6º Porque alguns acreditam nas promessas dos políticos, e em 40 anos de democracia representativa mesmo as desilusões sendo inúmeras, por masoquismo continuam a fazê-lo.

7º Porque ainda não lhes foi apresentada uma alternativa de regime melhor , e tal como um prisioneiro que só lhe servem comida estragada não tem alternativa melhor do que comer o que lhe dão, quem vota também se resigna ao que tem, ( a ilusão deste tipo de democracia)

Portanto, como vê eu também não conheço nenhum estudo dessas razões, mas elas existem e não conheço nem sequer resultados de uma sondagem do que será a resposta a essa questão mas estou fortemente convencido que se houvesse uma consulta popular sobre esta questão, teríamos revelada uma percentagem bastante elevada de eleitores que o fazem erradamente. Mas caro amigo, à medida que os anos vão passando os portugueses vão ficando cada vez mais informados, mais esclarecidos sobre como funciona mal este tipo de democracia (democracia representativa), vão se libertando das amarras sociais, familiares e partidárias e porque cada vez vão ficando mais desiludidos com este sistema democrático, acredite que as fileiras da abstenção vão ser cada vez maiores!
Já agora apresento-lhe aqui algumas das razões porque as pessoas não vão votar:

1º Porque se esquecem

2º Porque preferem ir para a praia, para o campo ou ficar em casa a dormir.

3º Porque votamos em pessoas escolhidas por outrem... não por nós.

4º Porque as pessoas em quem votamos podem mentir impunemente e manipular, prometendo falsas políticas sem nenhum tipo de consequências.

5º Porque as pessoas em quem votamos não precisam de ter currículo, provas dadas de competência ou de honestidade, ou carreira fidedigna.

6º Porque as eleições são um negócio para os partidos. Digamos que ser político é a única profissão onde se recebe muito dinheiro antes, durante e após exercer.

7º Porque os votos são dinheiro a entrar em caixa... dos partidos, e a sair dos bolsos dos portugueses. Cada voto do cidadão, para além de pôr no poleiro os mafiosos que nos (des) governam e lhe garantir salários de luxo para o resto da vida, ainda oferece 1/135 do salário mínimo, actualmente em €485,00, ou seja, cada 135 votos dão 485 euros ao partido!!!) 1 voto = €3,60. Mas como o valor é atribuído todos os anos da legislatura, significa entregar, a todos os partidos votados, o quadruplo dessa importância (€14,40), atingindo uma despesa superior a 70 milhões de euros; mas ainda não é suficiente o saque, por isso acrescem as subvenções às campanhas e verbas para os grupos parlamentares. Lei aprovada por Cavaco Silva... por eles e para eles.
Extractos da noticia que atesta e completa o acima escrito

"Se as próximas legislativas se aproximarem das últimas no número de votos expressos (5,5 milhões) os vários partidos vão receber nos próximos quatro anos qualquer coisa como 69,8 milhões de euros. Durante a última legislatura o PS recebeu anualmente 7,1 milhões; o PSD 4,5; a CDU 1,19; o CDS 1,14; o Bloco de Esquerda um milhão.
Além destes cinco partidos, as próximas eleições legislativas podem trazer uma novidade em termos de financiamento partidário. É que, com as alterações agora introduzidas à lei do financiamento, os partidos que obtenham mais de 25 mil votos podem aceder à subvenção estatal - até agora a barreira estava nos 50 mil.
O que significa que se o PCTP/MRPP de Garcia Pereira e o Partido da Nova Democracia (PND) repetirem os resultados de 2005, terão direito a financiamento. Os 48 mil votos do PCTP valem este ano 151 mil euros; os 40 mil do PND darão direito a 127 mil euros.
As alterações já aprovadas no Parlamento, por unanimidade, quase dobram o valor máximo dos apoios que os partidos podem conseguir dos privados. E este não é o único mecanismo que pode aumentar o financiamento, nomeadamente em campanha eleitoral. A nova legislação estabelece que os partidos em campanha podem agora receber donativos de singulares, até ao limite de 60 IAS por doador (cerca de 25 mil euros)." DN

8º Porque o financiamento dos partidos pelo estado e por alguns privados é uma ofensa à inteligência do cidadão e à moral que deveria reger a carreira politica.

9º Porque conforme prevê a Constituição Portuguesa, é através de referendos, nacionais e locais que os cidadãos podem pronunciar-se sobre as questões importantes para a vida em sociedade, mas os políticos neste regime entendem que não é necessário. Talvez se julguem mais capazes que o Povo

Você afirma falaciosamente, que o grupo maioritário a que pertenço, ou seja o grupo dos abstencionistas, prefere que os outros (os que votam) decidam por eles, independentemente das razões para fazerem essa opção, mas o amigo não podia estar mais longe da verdade.

A verdade é que esse acto é simplesmente inócuo, apenas serve os interesses dos que nos saqueiam, e jamais pode ser um dever e um direito dos saqueados, votar neles e no regime deles, o voto deveria representar a vontade e a voz do povo, e não representa, apenas representa o que os beneficiários desses mesmos votos, quiserem.

A verdade é que, os que se recusam a deixar de votar estão a ofender o sangue e a luta dos que lutaram pelo direito ao voto. Porque os que empreenderam essa luta, não foi certamente por este tipo de voto que lutaram. Lutaram pelo voto democrático, com poder, com valor, com capacidade de mudar o que o povo achar que está errado, injusto e corrompido. Não foi por estes votos inúteis e inócuos que os portugueses lutaram.

A verdade é que votar neste sistema e nestes senhores não é uma atitude cívica muito menos democrática. Atitude cívica e verdadeiramente democrática é quando exercemos o poder através de referendos, petições, manifestações, mas infelizmente o nosso sistema não lhes dá grande crédito, como se sabe!

A verdade é que se o voto representa a vontade do povo, então deveria ser o povo escolher os seus representantes e a escolher as políticas. Era o povo que deveria decidir qual o significado e as consequências, do voto em branco, do voto nulo e da abstenção, jamais os políticos, que mais uma vez, tomaram para si um direito que era nosso.
O Voto em branco desde a última alteração constitucional passou a ter a mesma leitura do voto nulo.
Por volta de 2002 a 2004 o prémio Nobel José Saramago em diversas entrevistas, apelou que os portugueses deviam votar em Branco...
Ora, ele teve esse comportamento porque até aquela data o voto em branco era considerado um voto de protesto ao sistema, tal apelo incomodava os políticos...
Qual a solução arranjada pela Assembleia da Republica?
Em 2005, todos os partidos sem excepção votaram a favor da alteração constitucional, alterando assim a leitura de protesto do voto em branco e dando-lhe o mesmo valor do voto nulo. Em suma, votar em branco ou nulo é não saber votar...ninguém pode dar um sentido diferente ao voto daquele que a lei lhe confere.

A verdade, caríssimo é que, não é por querer que os que votam decidam por nós, até porque os que votam não decidem absolutamente nada e portanto para além de não pensarmos como eles, também sabemos que o seu acto de votar não muda um sistema corrompido, apenas o alimenta com a sua cumplicidade. Por todos esses motivos resta-nos neste momento esperar que abram os olhos e se revoltem eles também, pois estamos todos no mesmo barco, e esse barco está prestes a afundar contra as rochas, a diferença é que enquanto nós já não remamos para esse destino e por enquanto não tomámos o comando, os que votam ainda apoiam o capitão remando até ao predestinado fim!
Eis aqui um extracto retirado do Blog “ Consciência Democrata”

“O dilema do eleitor na hora de votar.
Vivemos numa sociedade, em qualquer lugar do mundo, ainda no limiar da adolescência democrática. Até há cerca de 300 anos atrás quase todos os governos do mundo eram reinados e quem mandava era o rei que nomeava seus ministros, e não havia eleições. Se os governos não eram monárquicos, eram ditatoriais ou teocráticos. Não estamos habituados à democracia, ao poder do voto, e somos reféns de partidos políticos que nos empurram os candidatos que querem. Pior ainda, não se elege quem merece, mas quem faz a propaganda mais efetiva, quem se cerca da melhor equipe de marketing. Desconhecedor da vida do candidato, exceto por meia dúzia de atos públicos, vota-se no escuro, “rezando” ou torcendo para que o candidato, se eleito, cumpra com o que prometeu. Vemos horrorizados que ano após ano, não cumprem. Continuamos a reclamar as mesmas coisas. O sistema instituído preserva-se e a menos do voto, nunca mais nos perguntam nada durante todo o período de cada governo. Nosso voto dado não pode ser retirado, e esse é o maior problema: Nenhum eleito precisa fazer nada de útil, que seu emprego estará garantido. Somente se errar muito e de forma muito grave sofrerá um impeachment, que, por curiosidade, não parte do povo, mas da congregação de partidos políticos em que se transformaram as Câmaras de deputados e de senadores.
Colocando-nos na posição de eleitores em alguns países, podemos sentir o dilema de votar quando nos pedem – ou exigem – que votemos. Como veremos a seguir sob o ponto de vista do eleitor falando consigo mesmo na hora do voto.

Cuba
Não sei que democracia é esta que não posso escolher o presidente, nem o vice-presidente. Só nos permitem votar em deputados e delegados. Nossa vida é muito difícil, vivemos vigiados pelos delegados de bairro e pela polícia cubana. O “paredón” pode voltar a qualquer momento, podemos ser presos, perder o emprego, nossos familiares podem ser perseguidos. È assim desde a revolução em 1959. Um dia, quando o Fidel morrer, e o irmão dele, o Raúl, sair do governo, as coisas mudarão. Hoje é impossível fazer uma revolução. O estado é policial. Vou votar como me aconselharam a votar: Naqueles que demonstram ter mais acesso ao poder, porque assim terei mais chances de receber alguma vantagem ou não perder as que tenho. Se notarem algo contra o sistema na contagem de votos do meu bairro, sofremos intervenção para saberem quem está destoando do regime. Gostaria de emigrar, tentar a vida fora da ilha, mas não tenho dinheiro para a passagem. Até os alimentos são racionados e os salários são muito baixos. Não distribuem cupons de passagens aéreas. Se me pagassem a passagem poderia sair, mas não deixariam. Dizem que sou trabalhador “especializado”. Todos aqui querem ser “amigos” do partido para ganhar vantagens ou não perder as que têm. Se houvesse liberdade, há muito que o regime teria acabado.

Brasil
Realmente estou em dúvida em quem votar. Esse negócio de partido político não funciona mais. Todos os candidatos – indicados pelos partidos – prometem tudo quando estão em campanha. Depois que assumem dão desculpas ou não se fala mais nisso. Quando tomamos consciência, passaram-se mais quatro anos. Já mudei de partido uma porção de vezes em toda a minha vida. Alguns até já acabaram, ou existem apenas para gastar dinheiro público – e não é pouco. Podiam limitar o numero de partidos a uns quatro – já que são todos iguais e já não há ideologias. Obrigam-nos a votar, o que é um absurdo e nada democrático. O comunismo acabou, praticamente, porque só há hoje dois países no mundo que ainda são comunistas. Para quê PcdoB. PCB e afins, se nunca vão ganhar eleições, e se mesmo eleito algum político desses partidos, não poderão governar de forma comunista? Não temos a mínima tendência para sermos comunistas. Ninguém quer dividir o que é seu de mão beijada. Nem as igrejas que recebem dízimos e esmolas dividem o que é delas. Andamos todos atrás de dinheiro, e cada um quer ter a sua casa própria, seu carro. Tudo o que os partidos fazem é fazer eleger candidatos que façam o que o partido quer para ganhar dinheiro. O dinheiro para as eleições vem das empresas. São as empresas que mandam nos partidos e estes nos políticos. E políticos e partidos não são essencialmente diferentes uns dos outros. Já vimos Collor de Melo que fazia discursos como se estivesse drogado, transtornado, roubar dinheiro de cada brasileiro expropriando-o das contas bancárias em ato insano; já vimos deputados, senadores e vereadores aumentarem os próprios salários sem contestação, porque a constituição o permite; já vimos baixarem atos constitucionais e medidas provisórias que alteram a constituição; políticos e partidos comprando votos no congresso e câmaras através de pagamentos com dinheiros públicos que deixaram de fluir para o benefício público. A impressão que tenho é que fazem o povo de escravo sem voz política e que no governo fazem o que querem. Políticos saem do governo muito mais ricos do que entraram, muito para lá dos próprios salários. Sinceramente, voto porque sou obrigado, porque político confiável, não encontro nenhum. Nenhum nos representa de fato. Mas entre mortos e feridos todos escapam. Depois do jogo vou tomar um chopinho, curtir uma praia, ver umas meninas, dançar um funk, ver um jogo de futebol e descolar uma grana para pagar o almoço. Pô... O Corinthians perdeu de novo... Tem que trocar o técnico.

Portugal
Quando acabaram os reis absolutistas e pseudoliberais – quem manda sempre manda, e o “ser liberal” é muito restrito - veio a república. O Estado passou a dividir o poder de forma diferente, entre maior numero de políticos. A partir daí pouco conhecemos de regimes democráticos. Sucederam-se ditadores, o maior dos quais foi Salazar, quase cinco décadas no poder. Depois veio o 25 de abril, mas como comunistas não sabem lidar com dinheiro, adotaram a mesma constituição da ditadura – porque queriam mandar como os ditadores – e deu tudo errado. Políticos e presidentes se digladiarem no poder, sucederam-se os escândalos e encomendaram com sucesso a morte de políticos. Finalmente, apareceu a oportunidade de entrarmos para a União Européia e todos os políticos ficaram de olho nas verbas da União para o desenvolvimento de Portugal. Dinheiro fácil que foi desperdiçado, mal empregado, ou recolhido de novo à União Européia por falta de projetos onde gastá-lo. Quando passou o deslumbramento, as verbas se esgotaram, por estes dias, e chegou a hora de pagar a conta, reparamos que a nação está quase falida, os antigos dirigentes vivendo à tripa forra no estrangeiro, cheios de mansões que jamais teriam se não fossem políticos. Já sabemos para onde foram as verbas, e continuamos com a mesma constituição. Não há partido político que não tenha o seu “senão”, e votemos no partido que votarmos, ou no político, corremos o risco – sempre - de sermos roubados, espoliadas, sempre um dos últimos paises da Europa em tudo. Não é sina, nem menos valia de nosso povo. É uma tradição secular de deixarmos que nos governem. Nem sei se vou votar, porque não vale a pena. Talvez vá para as ruas, talvez emigre para não ver a catástrofe – mais uma – de nossa nação. Um dia se disse – Portugal para os portugueses. Esse dia passou. Qualquer dia Portugal ficará entregue aos políticos para que votem neles mesmos. O povo todo terá emigrado, o que já se faz, em menores proporções, há pelo menos quinhentos anos. Só que desta vez, não mandaremos as poupanças para bancos portugueses, porque aqui só haverá políticos. Vou tratar do meu passaporte hoje. Pátria é onde me sinto bem, e não me estou a sentir nada bem por aqui. Os políticos querem que eu seja patriota mas eles não são. As Igrejas querem que eu seja bonzinho e dê esmolas mas elas são iguais aos políticos: arrecadam e não distribuem: deixam cair migalhas. Procurei um jornal sobre política, mas só encontrei jornais sobre futebol... Ora aqui está uma boa reportagem... Porque será que o Sporting nunca ganha títulos internacionais? Será que foi construído assim? Mas vá lá... Se fosse do Belenenses ainda ia ficar mais triste. Vou jogar no totoloto para ver se ganho alguma coisa.

EUA
Temos dois partidos, e de vez em quando algum independente – sem muita chance - concorrendo às eleições: O partido democrata e o republicano. Para mim, não importa o partido, que se elege de acordo com o volume de dinheiro disponibilizado para se eleger. Quem cede esse dinheiro são as empresas deste país, e como os interesses das empresas são sempre os mesmos, não muda nada de essencial na vida desta grande nação americana. Porém, se for a industria bélica que tenha mais influência, teremos guerra. O problema é que neste ano, como em todos os outros, não sei se é a industria bélica que terá mais influencia por ter contribuído com mais verbas para as eleições. O que não quero é guerras para piorar a situação. Vou votar no político. Ou em Obama ou em Romney, e afora essa desgraça de guerra, também nada mudará de essencial. E mudar para quê? O problema é do mundo lá fora, principalmente da Europa que não aprende e nos devolve a crise que criamos aqui. Exportamos a crise para a Europa, mas ela veio de volta. Porém, como somos mais desenvolvidos, uma nação continental, temos mais condições de sair mais rapidamente da crise enquanto a Europa se afunda. Atualmente estou desempregado, mas as coisas vão melhorar. Somos uma grande nação. Se tudo der errado e eu morrer de fome, a culpa é minha que sou um incompetente para sobreviver. Nos próximos dias tenho que alternativamente arranjar um emprego, ir para debaixo do viaduto que até já escolhi qual deles, ou não sei. O que me amedronta é o “não sei”. Acho que vou até o Brasil. Parece que lá ainda há grana sobrando. Não entendo como, porque roubam muito, mas tem.

Em outros paises

Não muda essencialmente nada de Cuba ao Brasil, dos EUA a Portugal. O caso mais dramaticamente hilário é o da República Democrática Popular da Coréia do Norte, que não tem nada de republica (é um reino com um ditador) de democrática (o povo nem respira mais forte porque pode ser confundido com capitalista que quer o ar todo para si) de Popular (porque a policia do estado controla tudo). Só o termo Coréia do Norte faz algum sentido.

Não conseguimos mudar nada de essencial no mundo. Os governos, constituídos de pessoas como nós sem mais nem menos virtudes, decidem tudo. Porque votamos?
Para uma democracia diferente, verdadeira, participativa, verhttp://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

O amigo parece-me ser uma pessoa com uma cultura elevada e mesmo não a tendo, com certeza a sua experiencia de vida já lhe confere o direito de falar de muitas coisas com o devido fundamento! Na nossa longa história da humanidade como bem sabe nem sempre existiu este sistema de governo, já evoluímos tanto que o passado parece nunca ter existido, talvez por isso o amigo se tenha esquecido que todos os grandes saltos nos regimes políticos sempre foram feitos com base em revoluções, tumultos e guerras, mesmo o presente regime foi implantado através de uma revolução como todos sabemos! O que pretendo dizer com isto é que as coisas acontecem porque têm que acontecer e acontecem quando tiverem de acontecer, ou seja se o povo português não está satisfeito, é muito natural que mais dia, menos dia se insurja através da violência contra o presente regime (não havendo outra possibilidade) e imponha outro, porque este regime embora se chame uma democracia, não é de todo, uma democracia perfeita. E isso não me choca, (embora não o defenda) porque até este regime que representa uma minoria, foi imposto por uma minoria!
O amigo parece chocado com a imposição das vontades por minorias, “suponho que não está a pensar impor a vontade de uma minoria de alguns milhares, a uma maioria de cerca de 9,5 milhões”, mas este regime que tanto defende por acaso foi referendado?
A República foi referendada?
A entrada de Portugal no Euro foi referendada?
O memorando da Troika foi referendado?
Então o senhor que representa uma minoria porque defende o regime, está ou não está a querer impor a sua vontade, ou pelo menos a fazer parte dele quando vota?

O amigo comenta, “É inaceitável e inadmissível, «deixar andar» e assistir, como mero observador, à degradação e desagregação de um povo, de um país, de uma Pátria “ e eu pergunto-lhe, se a cumplicidade também é crime e o amigo participa deste “jogo viciado”, como se sente?

Não voto porque não participo em nada que eu saiba à partida que está corrompido por interesses, sejam eles políticos, sejam eles económicos e que por consequência disso criem regras duvidosas e que fujam ao meu controlo. No entanto é como observador, (conforme o amigo diz), que eu apercebendo-me de todos os crimes, de todas as falcatruas, da degradação neste país, com a consciência limpa e isento de cumplicidade luto e ajudo no que estiver ao meu alcance, não para derrotar este governo nem outro do género, porque isso não é suficiente, mas sim para abater este regime pseudo-democrático. Não são os jogadores do jogo que estão mal mas sim as regras do jogo, porque se os jogadores fazem batota e enganam as pessoas, é porque as regras o permitem!

Conforme lhe disse atrás, não são os jogadores do jogo que estão mal mas sim as regras do jogo, porque se os jogadores fazem batota e enganam as pessoas, é porque as regras o permitem! Como é que poderei dar voz às minhas ideias através de um partido politico se para o fazer terei de entrar nesse jogo que nunca me deixará ganhar? Além disso porque farei parte de um partido, se as minhas ideias renegam os próprios partidos, assim como estão presentemente formatados?

Mas ao contrário de sí, eu acredito que um partido politico não é a única maneira de dar voz às ideias de uma pessoa e a comprová-lo eu dou-lhe o grande exemplo de congregação democrática em torno de uma ideia, em torno de uma causa e que não foram precisos partidos para concentrar milhares de cidadãos portugueses, está lembrado do dia 15 de setembro de 2012? Teve lugar a manifestação “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!”, que juntou um milhão de pessoas em mais de 30 cidades, tornando-se na maior ação popular que se viveu em Portugal desde o 1º de Maio de 1974. Foi o ponto alto de um novo tipo de mobilizações que têm surgido no nosso país, na luta contra a política de austeridade. Também a manifestação da “Geração à Rasca”, de 12 de março de 2011, constituiu uma primeira grande explosão de contestação às condições de vida constantemente agravadas, nomeadamente para a geração mais jovem. E com ela surgiu este novo tipo de manifestações, em que o papel da internet e, em particular das redes sociais, mudou tudo.

Se leu as minhas ideias (que penso que não o fez, na totalidade), verificará a minha afirmação, de que nada deve ser imposto, mas sim aceite naturalmente pelas pessoas e isso aplica-se a todo o meu tipo de modelo democrático em a “ A PIRÂMIDE INVERTIDA”. Quando digo que não será assim tão difícil mudar este regime, é porque os dias que vivemos são propícios à mudança, vivemos em sérias conturbações sociais e económicas, mas ao contrário de outros tempos, a informação e o conhecimento de todas as coisas está facilmente ao nosso alcance. Os portugueses são inteligentes e cada vez mais senhores da sua vontade, vivem em liberdade coisa que antigamente não havia e se mesmo no tempo da ditadura e da falta de meios para divulgar as ideias, as pessoas iam gradualmente se congregando em volta de uma ideia, um conceito ou até mesmo um partido, então hoje porque terá que ser mais difícil?

Leva efectivamente algum tempo a combater a inércia do povo e a mudar suas mentalidades, mas se Nelson Mandela mesmo preso durante 26 anos, conseguiu quase sozinho acabar com o Apartheid na África do Sul e foi considerado o símbolo da libertação dos negros no mundo inteiro, cá em Portugal combater a inércia e mudar a mentalidade do povo não será assim tão dificil!

Cumprimentos!
Sotnas Drago

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